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    Casa Apoio aos Sem Abrigo

    Num mundo conturbado, cheio de violência e desigualdade social, cabe a cada um de nós despertar para a realidade que permanentemente se desenrola aos nossos olhos: a pobreza e o sofrimento. Esta realidade levou ao surgimento do Centro de Apoio ao Sem Abrigo (CASA), fruto da iniciativa e inspiração do Presidente Honorário Pema Wangyal Rinpoche.

    O CASA foi constituída por escritura pública a 19 de Julho de 2002, lavrada a fls. 71 e 71 v livro nº 187 – F, no Cartório Notarial de Alenquer, estando inscrita na Direção Geral de Segurança Social como Instituição de Solidariedade Social (IPSS) e reconhecida como pessoa coletiva de utilidade pública.

    “EXISTEM MAIS DE 10 MIL PESSOAS EM PORTUGAL SEM UM TETO PARA SE ABRIGAR”

    O objetivo da associação é contribuir para um mundo em que todos os seres possam ser livres de sofrimento, e das respetivas causas, ajudando nas necessidades básicas humanas tais como comida e roupa. Auxiliar aqueles que se encontram em situação de Sem-Abrigo, que integrem Famílias em Risco ou Famílias Carenciadas, através de ações de solidariedade social, disponibilizando um contacto próximo, bens alimentares, artigos de vestuário e serviços de reintegração social, independentemente do estrato social, etnia, religião ou género.

    Áreas base de atuação do CASA em Portugal:

    • Apoio primário à população em Situação de Sem-abrigo
    • Apoio a Famílias em Risco
    • Apoio a Famílias Carenciadas

    Atividades do CASA em Portugal:

    • Distribuição de refeições quentes à população em Situação de Sem-abrigo;
    • Distribuição de Cabazes Alimentares às Famílias em Risco ou Carênciadas;
    • Distribuição de vestuário, cobertores e sacos de cama;
    • Fornecimento de produtos de higiene e encaminhamento para apoio de saúde primário;
    • Assistência psicológica;
    • Apoio na reinserção social.

    O CASA funciona, na sua maioria, através de voluntariado incluindo os Corpos Sociais, contando com mais de 1400 voluntários, distribuídos por 10 Delegações em Portugal e Madeira, apoiando mais de 4000 utentes de famílias em risco e +1100 pessoas em situação de sem abrigo.

    No total em 2019 foram mais de 417.000 refeições e 35.000 cabazes a famílias em risco, tudo com o apoio dos nossos voluntários e mecenas que nos apoiam diariamente.

    Ana Salão, uma das coordenadoras do CASA no Porto, considera que atualmente uma das principais dificuldades prende-se com a questão da habitação.

    Em entrevista ao Tribuna Jornal, a coordenadora diz que “é urgente a criação de mais respostas ao nível da habitação, no sentido de conseguirmos retirar as pessoas da rua”, até porque o número de pessoas em situação de sem-abrigo tem vindo a aumentar significativamente em consequência da pandemia num primeiro momento, e da guerra na Ucrânia num segundo momento, o que tem vindo a criar mais dificuldades às famílias com a inflação a disparar para números expressivos.

    “O preço dos quartos no mercado é completamente proibitivo para quem apenas tem como rendimento o RSI. Retirar as pessoas da rua é o primeiro degrau de uma longa escadaria, sem esse passo não se consegue trabalhar outros patamares”, explica.

    Quando questiona sobre o que o é um bom dia de trabalho para o CASA, Ana Salão considera que um bom dia é quando se consegue “uma vaga para integração de um dos nossos utentes num Centro de Acolhimento Social”, ou quando é possível oferecer ajuda alimentar a uma família que está a passar por dificuldades, sobretudo “quando existem crianças envolvidas e vemos os olhos delas a arregalar-se por verem a comida a chegar”.

    A coordenadora do Centro de Apoio ao Sem Abrigo do Porto destaca também que todos os dias são servidas cerca de 550 refeições nos restaurantes solidários espalhados pela cidade e mais 150 pelas ruas do Porto. “Nunca falhamos um dia desde o primeiro, há 14 anos”.

    “Sabe, um bom dia seria, na realidade, ver chegar o dia em que nada disto fosse necessário, não existissem pessoas em situação de sem abrigo”, desabafa Ana Salão.

    Quando questionada sobre o atual momento do projeto CASA, a coordenadora refere que ao longo dos anos têm sido desenvolvidos novos projetos, dando como exemplo o SOS CASA, que “permite ir de encontro à satisfação de novas necessidades com carácter urgente e pontual”, através do qual é prestada não só ajuda a famílias a satisfazer uma necessidade no imediato, como é dada orientação para a resolução caso a caso de diversos problemas.

    “Este apoio não se limita a ser alimentar, sendo também fornecidos mobiliários, eletrodomésticos, roupas, etc.”, destaca Ana Salão, referindo ainda que a gestão operacional dos três restaurantes solidários espalhados por vários pontos da cidade é o projeto que ocupa maior dimensão em termos de voluntariado.

    Para o futuro, a coordenadora gostava de ver a possibilidade de “oferta de serviços integrados de balneários, lavandaria, cortes de cabelo, enfermagem, banco de roupa, no sentido de promover a dignidade humana e a autoestima do nosso público-alvo.”

    Em relação às parcerias que vão sendo estabelecidas nas diferentes áreas, Ana Salão considera que “todas as parcerias são benéficas, dado que cada uma das associações tem um tipo de intervenção diferente e muitas complementam-se, o que ao longo dos últimos anos tem trazido melhorias significativas para o serviço que prestamos.”

    Em relação ao aumento do número de pessoas nas ruas, Ana Salão refere que desde o início da pandemia que o número de refeições distribuídas triplicou. “Detetamos ainda um novo perfil de pessoas que recorrem à nossa ajuda: pessoas com histórico e perfil de empregabilidade, que neste momento se encontram numa situação de fragilidade extrema, apesar de ainda não se encontrarem na rua, pessoas que ainda não conhecem as respostas existentes, que nos pedem ajuda com vergonha e que tentam a todo o custo reverter a situação.”

    Uma equipa de reportagem da rádio TSF acompanhou mais uma noite em que voluntários do CASA saíram à rua para ajudar quem mais precisa.

    Sete dias por semana, 365 dias por ano, os voluntários do CASA – Centro de Apoio ao Sem Abrigo nunca param quando há pessoas que dependem da nossa instituição para conseguir uma refeição, sobretudo numa altura em que cada vez mais se nota um aumento considerável do número de pessoas que esperam pelas carrinhas do CASA para se alimentarem e para muitas vezes levarem alimentos para o resto da família.

    A rádio TSF acompanhou uma equipa de rua do CASA e teve oportunidade de testemunhar esta preocupante realidade. Fátima Oliveira, coordenadora de uma das várias rotas do CASA, aponta para um aumento do número de pedidos de apoio nas ruas de Lisboa.

    Paulo Bicudo, presidente do Centro de Apoio ao sem Abrigo, refere que nos vários pontos de ajuda por onde as carrinhas da nossa instituição passam são distribuídas todos os dias mais de 350 refeições. “São pessoas sem-abrigo, mas também aqueles que até têm casa, mas o frigorífico não tem nada, a despensa não tem nada. São estrangeiros de variadíssimas nacionalidades que não se percebe como apareceram. Não querem muita conversa, querem receber a comida e seguir”.

    O dirigente do CASA refere ainda que em algumas zonas o número de pessoas a procurar ajuda tem aumentado significativamente, como é o caso do jardim Constantino.

    “É URGENTE ACABAR-SE COM ESTE FLAGELO DAS PESSOAS SEM ABRIGO EM PORTUGAL E NO MUNDO”

    Redação
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